Olá! Um pequeno aviso antes da sua leitura.
Em junho de 2015, o blog voltará a ter publicações periódicas. Você tem dificuldade em algum tema específico e quer que eu o aborde por aqui? Se sim, envie-me um e-mail explicando-me a sua necessidade e eu preparei novos conteúdos a respeito! Aguardo seu contato pelo e-mail: lygiafs@yahoo.com.br
Até breve!
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No próximo domingo, dia 11/09, haverá o 2º exame de qualificação da UERJ. Um dos conteúdos apresentados no edital é Métodos de argumentação: indução e dedução.
Trata-se de um tema que poucas pessoas vêem na escola e, além disso, poucas informações de qualidade são encontradas sobre o assunto quando se faz uma busca no Google. Eu fiz a pesquisa e achei apenas esse conteúdo aqui legal:
http://acabar.no.sapo.pt/txdeduindu.htm
Na verdade, o assunto é brilhantemente abordado no “Comunicação em Prosa Moderna” de Otto M. Garcia, porém, sei que quem não é da área de Letras dificilmente terá esse livro.
Por tudo isso, resolvi tratar do tema por aqui.
Os dois métodos em questão são utilizados por todos nós quando escrevemos uma dissertação-argumentativa, por exemplo, ou qualquer outro tipo de texto em que pretendemos comprovar um posicionamento.
Quando temos uma opinião e a comprovamos com dados da realidade, estamos utilizando o método indutivo. Isso que dizer que quando eu cito testemunhos de autoridade, dou exemplos, uso estatísticas, estou utilizando o método indutivo para argumentar.
“Pela indução, partimos da observação e análise de fatos concretos, específicos, para chegarmos à conclusão”.
Otto M. Garcia em Comunicação em prosa moderna.
Vamos ver isso na prática:
A realização de grandes eventos esportivos no Rio de Janeiro, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, não é positiva para comunidades carentes cariocas. Já foi noticiado pela mídia que alguns moradores da Zona Oeste tiveram que aceitar indenizações irrisórias do Governo e deixar suas residências. Houve casos em que pessoas saíram para trabalhar e encontraram suas casas demolidas quando retornaram. O motivo dos despejos é a construção da Transoeste, via que facilitará a locomoção dos esportistas durante os eventos. O discurso de que os mais pobres serão beneficiados com 2014 e 2016 é, portanto, falacioso e toda a sociedade deve estar atenta para não se deixar levar pelas pseudo boas ações governamentais.
Partindo para a análise:
Em laranja, temos uma opinião, que deverá ser defendida durante o parágrafo. Em azul, temos fatos concretos que comprovam a opinião apresentada.
Em verde, temos uma ratificação – até dispensável – do primeiro período do texto.
Esse é um exemplo de modo indutivo de argumentação. Eu parto do concreto para chegar a minha teoria.
No método dedutivo, a opinião é comprovada somente com ideias, sem apresentação de elementos concretos, de situações específicas. Parte-se da ideia geral, da teoria, para se comprovar uma situação específica.
“Se, pelo método indutivo, partimos dos fatos particulares para a generalização, pelo dedutivo, caminhamos em sentido inverso: do geral para o particular, da generalização para a especificação, do desconhecido para o conhecido. É método a priori: da causa para o efeito”.
Otto M. Garcia – Comunicação em Prosa Moderna
Vamos ver na prática:
A realização de grandes eventos esportivos no Rio de Janeiro não é positiva para comunidades carentes cariocas. Todo cidadão deve ter o direito de bem viver a todo tempo, com condições intelectuais para disputar bons empregos e garantir sua sobrevivência. Ao colocar as Olimpíadas e a Copa como “salvadoras” dos mais pobres, por conta da geração de empregos temporários, o que se percebe é um grande desrespeito do governo em relação a essa população, uma vez que servir de mão de obra barata e por tempo determinado não significa dignidade.
Em laranja, temos uma opinião que deverá ser defendida, comprovada no decorrer do paragrafo.
Em azul, começo com uma premissa, um fato incontestável, uma ideia generalista “Todo cidadão deve ter o direito de bem viver a todo tempo, com condições intelectuais para disputar bons empregos e garantir sua sobrevivência.”
Nesse momento, eu não falei sobre o cidadão pobre, eu falei sobre todos os cidadãos. Ou seja, estou na generalização e pretendo, com isso, chegar à especificação.
Nos períodos seguintes eu começo a especificar, falo sobre os mais pobres e, por meio do encadeamento das ideias, comprovo a opinião apresentada em laranja.
Por fim, acho interessante inserir duas questões que caíram na prova do concurso para tutor do CEDERJ sobre dedução e indução.
QUESTÃO 1: De maneira geral, é possível afirmar que dois raciocínios lógicos essenciais podem ser empregados quando se realiza uma argumentação: indução e dedução. Leia o parágrafo a seguir, elaborado em uma redação cujo tema era “a educação como meio de combater a violência”, e identifique qual (quais) o(s) raciocínio(s) utilizado(s):
“Nesse sentido, a educação pode constituir um meio eficaz de combate à violência. Em pesquisa recente da Unesco, identificou-se que o percentual do PIB investido por um país em educação é inversamente proporcional às suas taxas de criminalidade, comprovando uma sensação comum a estudiosos. O Brasil, com escolas decadentes, é um triste exemplo dessa realidade”.
(A) Indução
(B) Dedução
(C) Indução e dedução
(D) Dialética
(E) Nenhum raciocínio foi empregado
QUESTÃO 2: Faça o mesmo com o seguinte parágrafo, elaborado em uma redação com o mesmo tema “a educação como meio de combater a violência”:
“Nesse sentido, a educação pode constituir um meio eficaz de combate à violência. Isso porque, em sua origem, muitos crimes são explicados por fatores morais, mais do que por pressões sociais. Sem dúvida, o que leva alguém a infringir uma lei, em última instância, são seus valores. A esse respeito, o sistema educacional pode oferecer alternativas, na medida em que exerce papel decisivo na formação do caráter individual”.
(A) Indução
(B) Dedução
(C) Indução e dedução
(D) Dialética
(E) Nenhum raciocínio foi empregado
Respostas:
Questão 1: Indução
Questão 2: Dedução
E ponto.
LYGIA, PARABÉNS PELA INICIATIVA!
ResponderExcluirOlá, parabéns pelo blog e pela iniciativa!
ResponderExcluirOi, pessoal! Obrigada!! Tomara que caia esse assunto na prova e vocês arrasem!! rs
ResponderExcluirBeijo!
Lygia
Valeu, menina. Genial, porque didática até a medula, a metodologia "cromática". Resta-me apenas uma dúvida: tendo em vista as questões do Cederj sobre as espécies em análise, é possível inferir que a dialética integra o gênero ou deve ser vista como categoria apartada?
ResponderExcluirAdorei o post!! me ajudou bastante :D
ResponderExcluirMe ajudou bastante também. Obrigada!
ResponderExcluirMeus parabéns e muito obrigado! Uma matéria simples, mas faz a diferença no acerto de mais uma questão.
ResponderExcluirExcelente explicação Lygia. Quero cursar letras e encontrar seu blog, para mim, foi de grande ajuda. Vou continuar lendo seus posts. Obrigada. <3
ResponderExcluirOi, Luciana!
ResponderExcluirSeja sempre bem-vinda!
Um abraço.
Lygia Maria
Excelente explicação!
ResponderExcluirMuito interessante,obrigado por postar algo tão útil :D precisava de uma boa explicação :D
ResponderExcluirFoi muito útil seu artigo para a atividade em Metodologia de Pesquisa em Letras aqui da UFLA, grato, Jorge Rosa.
ResponderExcluirPost muito bem explicado, foi de grande ajuda! Parabéns (-:
ResponderExcluirLygia, muito obrigado!! A prova da UERJ se aproxima e eu ainda não tinha achado nenhuma explicação relevante sobre tal assunto... Até agora!! Obrigadooooo!
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