quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Comentários UERJ – A perspicácia, de René Magritte

                                                    A perspicácia, de RENÉ MAGRITTE (1936).
                                                                                                                             http://rene-magritte-paintings.blogspot.com/


Conforme prometido, seguem os primeiros comentários sobre o 2º exame de qualificação da UERJ.
A questão 1 era sobre metalinguagem – fenômeno que comenta a própria linguagem. Não sei o que acharam, mas eu considerei essa questão de nível fácil.
Vamos pensar um pouco sobre o assunto...
Por exemplo, aqui no blog, em muitos momentos, eu falo sobre o ato de escrever. Dessa maneira, temos metalinguagem, pois se trata de um texto escrito em que se fala sobre o texto escrito.
Já vi fotógrafos sendo fotografados durante o ofício. A fotografia, nesse caso, é também um exemplo de metalinguagem, pois se tem uma foto em que se mostra o ato de fotografar. (Perdão pela repetição!!!)
Dessa maneira, a imagem que serviu como base para a questão 1 é  uma pintura retratando um homem realizando o ato de pintar. Eis a metalinguagem!
A pergunta da prova era a seguinte:
O quadro “A perspicácia”, do belga René Magritte, é um exemplo de metalinguagem porque:
(A) destaca a qualidade do traço artístico
(B)mostra o pintor no momento da criação
(C)implica a valorização da arte tradicional
(D)indica a necessidade de inspiração concreta

A resposta certa só pode ser a letra B. Se há um pintor, no momento de sua criação ( a pintura), e isso está sendo apresentado em um quadro (uma pintura), temos uma linguagem, uma forma de expressão, retratando ela mesma. Ora... metalinguagem!!!
Tranquilo, né??

Questão 2
O quadro produz um estranhamento em relação ao que se poderia esperar de um pintor que observa um modelo para sua obra.
Esse estranhamento contribui para a reflexão principalmente sobre o seguinte aspecto da criação artística:
(A)  perfeição da obra
(B)  precisão da forma
(C)  representação do real
(D)  importância da técnica
O que se percebe na pintura é um homem observando um ovo e pintando uma ave. Ou seja, o que vemos como o real – o ovo – não é o que verificamos no quadro que está sendo pintado. Isso nos faz perceber que na criação artística o real não precisa necessariamente ser reproduzido, o real pode servir de apoio para que se crie algo novo, original.
Diante disso, o estranhamento a que a questão se refere nos faz refletir sobre a representação do real como aspecto da criação artística. Letra C!
Por hoje é isso!

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