quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Agora a minha redação

A redação que apresento abaixo foi produzida por mim em um concurso para professor. Copiei o rascunho do texto com dificuldade, pois a folha estava bem bagunçada. O título eu lembro que inseri na folha de respostas, mas não tenho a mínima ideia de qual foi, pois não estava no meu rascunho. Minha nota foi 9,7, mas, vendo agora, acho que poderia ser um pouco menos. Reparem a minha conclusão, típica de quem não tem mais tempo para escrever e finaliza com frases pouco desenvolvidas.
Bom, gostei das ideias que apresentei, mas não me agradou, em alguns momentos, o formato do texto.
O meu objetivo com essa postagem é analisar alguns pontos importantes sobre a estrutura do texto dissertativo-argumentativo. Nessa postagem, apresento o texto, na próxima publicação, farei os comentários.
E aproveitando que a redação está sem título, gostaria que vocês sugerissem algum. Muita gente não dá importância ao nome do texto, porém, um título criativo pode ser ótimo aliado para o autor. Um título criativo pode dar um “tchan” ao texto e aumentar a nota geral da redação.
É isso, leiam com calma, sugiram um título e, em seguida, analisaremos qual foi o mais adequado.



Tema
 Norma culta: tradição, necessidade ou instrumento de poder?



Os debates em torno do uso normativo da língua são sempre polêmicos. A expressão “linguagem culta” já é motivo para discussões, uma vez que, para muitos, tal expressão seria uma maneira de dizer que aqueles que não dominam a variante formal são incultos. O importante a se pensar, porém, é que ainda que a coloquialidade tenha seu espaço em determinados contextos, conhecer a norma culta – ou padrão – é imprescindível.
Em primeiro lugar, é importante considerar que há locais sociais, na maior parte das vezes, só alcançados por aqueles que dominam a língua padrão. A comunicação orientada pela norma funciona como marketing pessoal de um indivíduo, pois quanto melhor ele consegue se expressar, mais ele é observado pelos outros como instruído e mais passa credibilidade. Em termos de relações profissionais, por exemplo, isso é de extrema importância.
Outro ponto interessante a ser observado é que muitos que, em teoria, criticam a necessidade do uso formal da língua apresentam-se incoerentes em suas práticas. Um exemplo nesse sentido é o professor e escritor Marcos Bagno, que, comumente, em seus livros, apregoa a ideia de que seguir a gramática é uma forma de atraso, no entanto, seus textos são sempre bastante lapidados em termos de regras gramaticais. Bagno e outros linguistas radicais, ao contrário do que objetivam, comprovam que seguir as normas é uma questão de necessidade para se defender bem ideias.
Faz-se importante salientar, também, que, quando se fala em seguir a norma culta, não se está defendendo usar linguagem difícil. O uso exagerado de regras pouco familiares no dia-a-dia e palavras rebuscadas são dispensáveis para a troca de mensagens entre interlocutores. Entretanto, o contraponto é necessário: a ausência total dessas regras pode também impedir que se estabeleça um natural processo de comunicação.
O ideal é que o falante saiba identificar em que contextos ele pode usar cada uma das variantes. Conhecer as duas é, portanto, fundamental.

10 comentários:

  1. Adorei o texto. Achei-o muito bem desenvolvido, os argumentos estão bem colocados e concordo com o seu comentário a respeito da conclusão: foi construída sob o "signo da pressa", como muitos o fazem.

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  2. Oi, Alisson! A fiscal estava quase arrancando a prova das minhas mãos. rsrsr
    Beijinho!
    Lygia

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  3. Muito bom seu texto, espero que com minhas horinhas de treino um dia... talvez, consiga escrever assim.
    Sou horrível em relação a sugerir títulos, por isso não irei sugerir um título qualquer pro seu texto, rs. Quando estou lendo uma proposta e vejo que não tem minha temida frase '' Atribua um título a seu texto'' meus olhos brilham! Preciso mudar isso e começar a despertar minhas ideias para conseguir pelo menos atribuir um título satisfatório antes que seja tarde de mais e perca ponto de graça no Enem e em outras provas...
    Parabéns pelo blog! Beijos.
    Bruna C.

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  4. Oi, Bruna!!
    Seja bem-vinda por aqui!!
    Realmente, apesar de muitas vezes não ser obrigatório, o título é bem importante para a composição do texto.
    Farei uma postagem sobre isso qualquer dia.
    Beijinho!
    Lygia

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  5. voce está de Parabéns, sucesso !
    beijos !!

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  6. Olá!!
    Muito obrigada pelo elogio!
    Fique à vontade por aqui, viu?!
    Beijinho!
    Lygia Maria

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  7. Lygia, essa pancada no Bagno foi forte! Mas eles precisam vender livro. Nem que não acreditem pra valer no que dizem.

    Grande abraço!

    LeMarc

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  8. Pois é, Le Marc! Acho algumas ideias do Bagno bem pertinentes. Não concordo é com o radicalismo com que ele trata o assunto.
    Mas é preciso vender...como você disse.

    Um abraço!
    Lygia

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  9. Adorei o seu texto, muito bem redigido! Você está de parabéns!!
    Espero que um dia eu possa escrever tão bem assim, rsrs.
    Beijos :*

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  10. Olá Lygia!

    Antes de mais nada, parabéns pela redação!

    Ao meu ver ficou muito boa. Talvez tenha faltado se aprofundar um pouco mais no tema, porém, foi precisa e clara quando expôs sua visão sobre o mesmo. Gostei da parte que menciona a língua como um marketing próprio, sempre me apaixono por garotas que falam muito e bem, inclusive tenho um amor platônico por várias escritoras. Rsrs... Em relação a ter citado que pra falar de forma culta, não precisa necessariamente falar difícil, também achei muito legal, apesar de que umas palavras "difíceis" dão um ar de intelecto maior, pelo menos esta é a minha visão... Pra concluir, realmente a falta de tempo fez com que sua conclusão ficasse um pouco incompleta, poderia ter feito uma breve analogia, por exemplo:

    "O ideal é que o falante saiba identificar em que contextos ele pode usar cada uma das variantes. Nas redes sociais podemos ser bastante informais, no entanto, não se pode agir da mesma maneira numa reunião de negócios. Portanto, conhecer ambas as formas, é fundamental." (Apenas uma ideia, não sei se caberia fazer essa distinção na conclusão, mas enfim, qualquer coisa fale mais a respeito. Rsrs...)

    Sobre o título, talvez algo como: "Uma necessidade ou apenas vaidade?"

    Foi a primeira coisa que me veio na cabeça, por favor, não ria muito. Rsrs...

    Até o próximo post, bjs!

    Jorge Inácio

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