Temas conotativos – Você está preparado?

O que você faria se se deparasse com o seguinte tema em sua prova de vestibular ou de concurso público?

Sobre o que exatamente dissertaria? Que ponto de vista defenderia? 

Comentários na próxima postagem.

Até lá!

Um pouquinho de gramática – Explicação

Vamos à explicação sobre a frase publicada na última postagem.

Em “Os idosos que praticam e necessitam de esportes já são maioria na sociedade.” , temos um problema de regência.

Reparem:

O verbo “praticar” é transitivo direto, ou seja, não exige preposição. Sendo assim, podemos dizer “Os idosos praticam esportes”.

Já o verbo “necessitar” é transitivo indireto, exige preposição. Podemos dizer “Os idosos necessitam de esportes”.

O problema na frase foi a utilização da mesma regência para os dois verbos. Devemos dizer “Os idosos que necessitam de esportes...”, mas não podemos dizer “Os idosos que praticam de esportes...”. Em suma, a preposição DE só serve para um dos verbos.

O problema pode ser resolvido da seguinte forma:

“Os idosos que praticam esportes e necessitam da prática já são maioria na sociedade”.

Agora sim, cada verbo com a sua regência.

Desvios como esse são muito comuns nos textos que corrijo. 
Fiquem atentos!

Um pouquinho de gramática

Analisemos a frase a seguir.

“Os idosos que praticam e necessitam de esportes já são maioria na sociedade.”

Alguém consegue identificar o desvio gramatical dessa frase?

Resposta na próxima postagem.

Lygia Maria

“Você” na redação

Quando corrijo redações, o que mais vejo são traços do discurso oral. O “você” é um deles. Veja um exemplo:

“A imigração para o Brasil pode ser prejudicial para o país. Se você pensar na quantidade de pessoas que vive em péssimas condições, verá que o país não tem estrutura para receber imigrantes.”

Esse diálogo com o leitor é muito usado na fala, porém deve-se evitá-lo na escrita.

Lembre-se disso!

Comentários sobre o tema “Imigração para o Brasil no século XXI”

Imigração, de fato, não era assunto esperado para a redação do Enem. Alunos e professores ficaram surpresos ao se depararem com a proposta. No entanto, não se trata de um tema difícil. Pelo contrário. Comparado às propostas dos últimos dois anos, esse foi um tema bem tranquilo.

Um dos caminhos a seguir: dizer se a imigração é positiva ou negativa e, em seguida, tentar comprovar tal posicionamento. E, para isso, não era necessário dominar o tema. Os textos de apoio ajudavam muito na formação de um ponto de vista.

Ser contra ou a favor são duas possibilidades viáveis, porém a cautela na apresentação das ideias era muito necessária. O candidato que decidiu criticar a imigração teve que tomar cuidado para não parecer radical ou preconceituoso. Já quem decidiu dizer que a imigração é positiva teve que ficar atento para o texto não ficar com a argumentação fraca.

Diante do perigo de tender para os extremos, se eu tivesse feito essa redação, falaria que a imigração é positiva, desde que sob controle.  Essa seria uma maneira de manter uma argumentação ponderada.

Com base nesse posicionamento, segue uma introdução.

“O cenário econômico brasileiro tem repercutido positivamente no mundo e, como consequência, o país tem atraído pessoas de diversos continentes. Esse processo de imigração tem dividido opiniões e há, inclusive, correntes muito pessimistas e preconceituosas a esse respeito. Porém, analisando-se a situação de maneira fria, é possível perceber que a imigração para o Brasil, se organizada, pode ser benéfica em diversos aspectos”.

Essa seria a minha introdução. Nos parágrafos de desenvolvimento, eu deveria explicar de que maneira a imigração seria benéfica.

Só para deixar claro, essa não era a única forma de fazer um bom texto. Tenho alunos que foram por caminhos diferentes e conseguiram boas notas.

E você? Como foi nessa redação?

Lygia Maria