segunda-feira, 5 de março de 2012

Redação UFRJ 2005 – A valorização do corpo humano – uma introdução

Olá!

Vamos falar sobre introdução?

Como sempre digo, o primeiro parágrafo do texto é de extrema importância para uma boa produção. Então...transcrevo abaixo uma introdução produzida para a proposta do vestibular UFRJ 2005.

Não farei comentários sobre o texto agora. A ideia é que vocês analisem o trecho com calma e pensem se ele está adequado ou não, se pode ser melhorado ou não.

Na próxima postagem, farei a análise.

Até!!


Tema: “A valorização do corpo humano”.

Formas negativas de se valorizar o corpo
           Mais do que a demarcação do espaço físico ocupado por cada indivíduo, o corpo é a extensão de tudo que se é. Sua valorização, por isso, se transformou em instrumento de segregação social.




3 comentários:

  1. Oi, Lygia.

    Acho que a idéia da introdução é boa, só creio que a afirmação da segunda frase ficou um pouco solta. Apesar da gente poder até deduzir, penso que faltou explicar um pouco da relação entre a causa (valorização do corpo) e a consequência (segregação social).

    Abraço!

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  2. O tema possui uma palavra-chave – valorização – o que pressupõe e induz a confeccionar o texto baseado na ideia de reconhecer algo, admitir importância, conferir crédito, enaltecer circunstância ou produto.
    A introdução deve ser preferencialmente sucinta e breve, mas ao mesmo tempo, consistente e sagaz. Quando se fala em consistência, fala-se em expor a TEMÁTICA da forma mais objetiva possível associada a uma linguagem simples e direta, por sinal, estas são as características marcantes de uma INTRODUÇÃO.
    Considerando-se a palavra “VALORIZAÇÃO” como o ponto motriz que vai nortear todo o texto, acredito que a introdução requer uma conotação POSITIVA e SUSTENTÁVEL diferentemente do que o texto introdutório sugere. Ao analisar o texto nota-se uma contradição e NEGATIVIDADE em sua tese e argumentação.
    O termo SEGREGAÇÃO contrapõe a ideia de RECONHECIMENTO proposto pelo tema. Ao invés do texto primar por palavras contundentes e opostas ao tema, não seria mais pertinente considerar aspectos POSITIVOS e FAVORÁVEIS. Afinal, o que deve nortear o texto é justamente o fato de VALORIZAR O CORPO HUMANO, esse sim, é o nosso foco argumentativo. Tais aspectos que podem motivar a uma introdução:
    A simetria dos hemicorpos;
    A formosura de suas curvas;
    A “engenharia fisiológica” da qual o caracteriza;
    A capacidade intelectual e adaptativa intrínsecas à sua estrutura e formação;
    A comunicação verbal, manuscrita e corporal, características e diferenciais, os quais nos classificam como os seres de maior domínio intelectual do planeta.
    Enfim...
    O brilhantismo da sua composição... A introdução deve se voltar aos benefícios e a grandiosidade do CORPO HUMANO para o BEM SOCIAL e não o contrário.
    Esta abordagem parece um tanto quanto filosófica, mas aparentemente a considero mais plausível e direcionada ao tema proposto comparada a introdução elencada.

    Abraços,
    RENAN MARQUES.

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  3. Posso enviar meu texto para que você corrija?

    O espelho do homem contemporâneo
    Os padrões de beleza de uma época, muito mais do que uma determinação da estética corporal, representam símbolos culturais de uma sociedade, variando de acordo com o contexto histórico e temporal. Dessa concepção, percebemos que o espelho do homem contemporâneo reflete a busca desenfreada pela “beleza perfeita” e pela vaidade excessiva, sob influência direta da mídia capitalista que cria estereótipos de corpos ideais e tenta vender o que não está disponível nas prateleiras: sucesso e felicidade.
    Analisando, por exemplo, o “O nascimento de Vênus” de Botticelli, percebemos uma deusa da beleza cheia de generosas e fartas curvas, representando a fartura como padrão de beleza do século XVI. Paradoxalmente, essas “gordurinhas” do renascimento se apresentam como o verdadeiro terror contemporâneo, principalmente para os jovens, que buscam um corpo cada vez mais magro uma aceitação da sociedade para aquilo que acham ser a estética ideal.
    Com isso, a beleza passa a ser uma regra fundamental para o convívio em sociedade – Os que não se adéquam ao modelo imposto pela mídia são excluídos socialmente, gerando uma complexa obsessão pelo corpo “perfeito”. Disso surgem os conflitos sociais como o “bullying”, as dietas radicais, o consumo de anabolizantes e doenças como a anorexia e a bulimia.
    Paralelamente, ainda temos a tamanha influência que a concepção capitalista exerce sobre a população. Ao invés de criarem mais escolas e bibliotecas, proliferam-se academias, clínicas de estéticas, indústrias de cosméticos e medicamentos que inibem o apetite. Essa mentalidade supérflua que nos contamina cada vez mais é a responsável por uma sociedade ausente nos assuntos socioeconômicos e políticos, onde a preocupação pela estética ultrapassa a social.
    Sendo assim, é imprescindível criar a consciência de que essa preocupação com a estica só demonstra o quanto essa mentalidade individualista corrompe nossa sociedade. É preciso “malhar o cérebro” antes de tudo, para percebemos a necessidade de respeitar os limites do nosso corpo e não deixar que esses padrões de beleza sejam fonte de exclusão social, pois como já diz Ivo Pitanguy: “Mais importante do que o culto exagerado ao corpo é o culto à inteligência”.



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