Olá!
Vamos falar sobre introdução?
Como sempre digo, o primeiro parágrafo do texto é de extrema importância para uma boa produção. Então...transcrevo abaixo uma introdução produzida para a proposta do vestibular UFRJ 2005.
Não farei comentários sobre o texto agora. A ideia é que vocês analisem o trecho com calma e pensem se ele está adequado ou não, se pode ser melhorado ou não.
Na próxima postagem, farei a análise.
Até!!
Tema: “A valorização do corpo humano”.
Formas negativas de se valorizar o corpo
Mais do que a demarcação do espaço físico ocupado por cada indivíduo, o corpo é a extensão de tudo que se é. Sua valorização, por isso, se transformou em instrumento de segregação social.
Oi, Lygia.
ResponderExcluirAcho que a idéia da introdução é boa, só creio que a afirmação da segunda frase ficou um pouco solta. Apesar da gente poder até deduzir, penso que faltou explicar um pouco da relação entre a causa (valorização do corpo) e a consequência (segregação social).
Abraço!
O tema possui uma palavra-chave – valorização – o que pressupõe e induz a confeccionar o texto baseado na ideia de reconhecer algo, admitir importância, conferir crédito, enaltecer circunstância ou produto.
ResponderExcluirA introdução deve ser preferencialmente sucinta e breve, mas ao mesmo tempo, consistente e sagaz. Quando se fala em consistência, fala-se em expor a TEMÁTICA da forma mais objetiva possível associada a uma linguagem simples e direta, por sinal, estas são as características marcantes de uma INTRODUÇÃO.
Considerando-se a palavra “VALORIZAÇÃO” como o ponto motriz que vai nortear todo o texto, acredito que a introdução requer uma conotação POSITIVA e SUSTENTÁVEL diferentemente do que o texto introdutório sugere. Ao analisar o texto nota-se uma contradição e NEGATIVIDADE em sua tese e argumentação.
O termo SEGREGAÇÃO contrapõe a ideia de RECONHECIMENTO proposto pelo tema. Ao invés do texto primar por palavras contundentes e opostas ao tema, não seria mais pertinente considerar aspectos POSITIVOS e FAVORÁVEIS. Afinal, o que deve nortear o texto é justamente o fato de VALORIZAR O CORPO HUMANO, esse sim, é o nosso foco argumentativo. Tais aspectos que podem motivar a uma introdução:
A simetria dos hemicorpos;
A formosura de suas curvas;
A “engenharia fisiológica” da qual o caracteriza;
A capacidade intelectual e adaptativa intrínsecas à sua estrutura e formação;
A comunicação verbal, manuscrita e corporal, características e diferenciais, os quais nos classificam como os seres de maior domínio intelectual do planeta.
Enfim...
O brilhantismo da sua composição... A introdução deve se voltar aos benefícios e a grandiosidade do CORPO HUMANO para o BEM SOCIAL e não o contrário.
Esta abordagem parece um tanto quanto filosófica, mas aparentemente a considero mais plausível e direcionada ao tema proposto comparada a introdução elencada.
Abraços,
RENAN MARQUES.
Posso enviar meu texto para que você corrija?
ResponderExcluirO espelho do homem contemporâneo
Os padrões de beleza de uma época, muito mais do que uma determinação da estética corporal, representam símbolos culturais de uma sociedade, variando de acordo com o contexto histórico e temporal. Dessa concepção, percebemos que o espelho do homem contemporâneo reflete a busca desenfreada pela “beleza perfeita” e pela vaidade excessiva, sob influência direta da mídia capitalista que cria estereótipos de corpos ideais e tenta vender o que não está disponível nas prateleiras: sucesso e felicidade.
Analisando, por exemplo, o “O nascimento de Vênus” de Botticelli, percebemos uma deusa da beleza cheia de generosas e fartas curvas, representando a fartura como padrão de beleza do século XVI. Paradoxalmente, essas “gordurinhas” do renascimento se apresentam como o verdadeiro terror contemporâneo, principalmente para os jovens, que buscam um corpo cada vez mais magro uma aceitação da sociedade para aquilo que acham ser a estética ideal.
Com isso, a beleza passa a ser uma regra fundamental para o convívio em sociedade – Os que não se adéquam ao modelo imposto pela mídia são excluídos socialmente, gerando uma complexa obsessão pelo corpo “perfeito”. Disso surgem os conflitos sociais como o “bullying”, as dietas radicais, o consumo de anabolizantes e doenças como a anorexia e a bulimia.
Paralelamente, ainda temos a tamanha influência que a concepção capitalista exerce sobre a população. Ao invés de criarem mais escolas e bibliotecas, proliferam-se academias, clínicas de estéticas, indústrias de cosméticos e medicamentos que inibem o apetite. Essa mentalidade supérflua que nos contamina cada vez mais é a responsável por uma sociedade ausente nos assuntos socioeconômicos e políticos, onde a preocupação pela estética ultrapassa a social.
Sendo assim, é imprescindível criar a consciência de que essa preocupação com a estica só demonstra o quanto essa mentalidade individualista corrompe nossa sociedade. É preciso “malhar o cérebro” antes de tudo, para percebemos a necessidade de respeitar os limites do nosso corpo e não deixar que esses padrões de beleza sejam fonte de exclusão social, pois como já diz Ivo Pitanguy: “Mais importante do que o culto exagerado ao corpo é o culto à inteligência”.